- Cada vez mais feliz e otimista - respondeu exultante a Felicidade. - E você?
- Cada vez mais otimista e feliz - sorriu o Otimismo.
- Até parece que somos a mesma coisa - brincou o Otimismo.
- A mesma coisa, não digo. Mas, sem dúvida, somos irmãos gêmeos.
- No fundo, no fundo - considerou o Otimismo - todo otimista é feliz. Si, porque o otimista acredita em si, na vida, no sucesso, na felicidade, na sua potencialidade, e seu alto astral o faz sentir-se bem consigo mesmo e com o universo.
Ao quê, avançou a Felicidade:
- E toda pessoa feliz é otimista, pois, ao sentir-se bem consigo mesma, com o universo, com a humanidade e com Deus, está otimizando ao máximo sua vida.
- Tenho a impressão, no entanto - filosofou o Otimismo - que a pessoa otimista tem a vida mais ampla do que a pessoa feliz.
- Por quê? - reagiu a Felicidade.
- Porque a felicidade tem a ver com o dia de hoje, ao passo que o otimismo é hoje e mais amanhã. Ninguém pode ser otimista sem acreditar positivamente no futuro.
- Mas a felicidade não pode existir se sobrar na mente qualquer negativismo do passado ou referente ao futuro. Felicidade é luz e a luz não admite trevas. A felicidade abrange o todo da mente e o todo da mente compreende o passado, o presente e o futuro. Só que o passado e o futuro se desfazem sob a ação da luz da felicidade atual.
- Reconheço - apressou-se o Otimismo - a dimensão plenificante da Felicidade, tanto que sou otimista feliz. Mas desejo acentuar que o otimismo é o caminho do progresso e da evolução.
- Explique melhor - solicitou a Felicidade.
- Todo otimista cria desejos e projetos e acredita que se tornarão realidade. Se não acreditasse na materialização dos projetos, não seria otimista, mas pessimista. Como, pelo Poder da Mente, todo projeto acreditado infalivelmente se concretiza, fica claro que o otimismo é o caminho do progresso e da evolução.
- Isto é verdade - consentiu a Felicidade. - Como, porém, a felicidade é a essencia do ser humano, eu sou a razão de ser da pessoa. Cada qual é o que for a sua mente: Mente feliz, pessoa feliz.
- Também é verdade - ponderou o Otimismo. - Mas, sem realizações, a vida e o indivíduo não vão para frente.
- E sem felicidade a pessoa também não avança. Pelo contrário, se esvai em depressão, desânimo e frustrações.
A Felicidade silenciou por instantes, colocou a mão direita no queixo, e confidenciou:
- Meu caro Otimismo, permita-me fazer-lhe uma reflexão, tão comum entre as pessoas sofridas, que enfrentam enormes dificuldades. Dizem que o otimista é um sujeito fora da realidade, um sonhador estéril: pensa em churrasco enquanto rói osso duro; sonha com casa própria, mas vive debaixo de uma ponte; imagina-se num carrão do último tipo, mas bate sola de sapato pelas estradas da vida.
Que acha disso?
- É que são poucos os que conhecem as leis que regem a vida humana. Uma coisa é sonhar sem acreditar na realização e outra coisa é sonhar e acreditar que todo sonho pode e deve tornar-se realidade. Esta é a diferença que faz a diferença. Uns usam a palavra apenas para expressar a realidade e outros usam-na para criar a realidade. A sabedoria está em saber que o mundo exterior nada mais é do que a materialização do mundo interior. Portanto, é necessário que se crie antes na mente aquilo que se deseja realizado. Isto faz o otimista. O legítimo otimismo é o caminho dos sábios.
A Felicidade ouviu tudo atentamente e deu razão ao Otimismo:
- Concordo com você. Assim como a felicidade nasce na mente e se expressa na vida, da mesma forma o otimista cria na mente o que espera realizar-se na sua vida.
- Agora - retornou o Otimismo - quero fazer-lhe a observação que mais frequentemente se ouve por aí a respeito de você. Falam que a felicidade não existe. Há filósofos, poetas, escritores, e até teólogos, que sustentam que a felicidade não existe. Entendem que a vida é cheia de sofrimentos, de carências, de privações, de desgraças, de desenganos e isso é incompatível com a felicidade, já que não pode haver um infeliz feliz.
Ambos riram.
E o Otimismo saiu-se com esta:
- Faz-me lembrar do caso do Dr Lamentácio Davi da Marga, da cidade de Urucubaca, que se exclamava desolado: "Ai meu Deus, não devo ser infeliz e não consigo ser feliz!".
- O fato é que muitos procuram a felicidade nos fatores externos a si, como a casa, o dinheiro, o carro, a compreensão dos outros, a bondade alheia, a pessoa bonita, assim por diante. Tendo em vista que é difícil ter domínio sobre o mundo exterior, frustam-se a toda hora. Felicidade, porém, é estado mental. Como somente a própria pessoa tem acesso à sua mente, a felicidade depende única e exclusivamente de si mesmo. Basta criar na mente o estado de felicidade e o subconsciente reagirá de acordo. Este é o caminho simples e fácil da felicidade do ser humano. Indiscutivelmente, cada um é o que é sua mente. Logo, mente feliz, vida feliz. Simples.
- Ainda que mal comparando - acrescentou o Otimismo - é como aqueles que olham para o céu em dia de chuva e concluem que o sol não existe.
- Assim como há aqueles que se dizem otimistas e se queixam que as coisas não estão dando certo.
- Eu sei disso - consentiu o Otimismo - São que nem os valentões que blasonam por aí: "Eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem!"
Batendo no ombro da Felicidade, continuou o Otimismo:
- Otimismo não é questão de sorte, como pensam certas pessoas. Trata-se do cumprimento da Lei pela qual todo pensamento acreditado se torna realidade física.
A Felicidade aproveitou a deixa:
- O mesmo ocorre com a felicidade. Também é o cumprimento da Lei pela qual todo pensamento de felicidade, desde o unívoco, produz a felicidade.
- É por isso que toda pessoa feliz é otimista - sentensiou o Otimismo.
- E é por isso que todo o otimista é feliz - completou a Felicidade.