sábado, 25 de setembro de 2010
Otimismo e Felicidade
Prometa a si mesmo
Ser forte de maneira que nada possa perturbar
a sua paz de espírito.
Falar de saúde, felicidade e prosperidade
a toda pessoa que encontrar.
Fazer os amigos sentirem que há alguma coisa
de superior dentro deles.
Olhar para o lado glorioso de todas as coisas e fazer
com que o otimismo se torne uma realidade.
Pensar sempre no melhor, trabalhar sempre
pelo melhor e esperar somente o melhor.
Esquecer os erros passados e preparar-se
para melhores realizações no futuro.
Ter tanto entusiasmo e interesse pelo sucesso
alheio como pelo próprio.
Dedicar tanto tempo ao próprio aperfeiçoamento
que não lhe sobre tempo para criticar os outros.
Fazer um bom juízo de si mesmo e proclamar este fato ao mundo,
não em altas vozes, mas em grandes feitos.
Viver na certeza de que o mundo estará a seu lado,
enquanto lhe dedicar o que há de melhor em si mesmo.
Faz de Conta
Recentemente uma professora, que veio da Polônia para o Brasil ainda muito jovem, proferia uma palestra e com muita lucidez trazia pontos importantes para reflexão dos ouvintes.
"Já vivi o bastante para presenciar três períodos distintos no comportamento das pessoas", dizia ela.
"O primeiro momento eu vivi na infância, quando aprendi de meus pais que era preciso ser.
Ser honesta, ser educada, ser digna,
ser respeitosa, ser amiga, ser leal."
"Algumas décadas mais tarde, fui testemunha
da fase do ter. Era preciso ter."
"Ter boa aparência, ter dinheiro, ter status,
ter coisas, ter e ter..."
"Na atualidade, estou presenciando
a fase do faz de conta."
Analisando sob esse ponto de vista, chegaremos à conclusão que a professora tem razão.
Hoje, as pessoas fazem de conta e está tudo bem.
Pais fazem de conta que educam,
professores fazem de conta que ensinam,
alunos fazem de conta que aprendem.
Profissionais fazem de conta que são competentes, governantes fazem de conta que se
preocupam com o povo e o povo
faz de conta que acredita.
Pessoas fazem de conta que são honestas, líderes religiosos se passam por representantes de Deus, e fiéis fazem de conta que têm fé.
Doentes fazem de conta que têm saúde, criminosos fazem de conta que são dignos e a justiça faz de conta que é imparcial.
Traficantes se passam por cidadãos de bem e consumidores de drogas fazem de conta que não contribuem com esse mercado do crime.
Pais fazem de conta que não sabem que seus filhos usam drogas, que se prostituem, que estão se matando aos poucos, e os filhos fazem de conta que não sabem que os pais sabem.
Corruptos se fazem passar por idealistas e terroristas fazem de conta que são justiceiros...
E a maioria da população faz de conta
que está tudo bem...
Mas uma coisa é certa: não podemos
fazer de conta quando nos olhamos no espelho
da própria consciência.
Podemos até arranjar desculpas para explicar nosso faz de conta, mas não justificamos.
Importante salientar, todavia,
que essa representação no dia-a-dia,
esse faz de conta, causa prejuízos para aqueles
que lançam mão desse tipo de comportamento.
A pessoa que age assim termina confundindo a si mesma e caindo num vazio, pois nem ela
mesma sabe quem é, de fato, e acaba se
traindo em algum momento.
E isso é extremamente cansativo e desgastante.
Raras pessoas são realmente autênticas.
Por isso elas se destacam nos ambientes
em que se movimentam.
São aquelas que não representam, apenas
são o que são, sem fazer de conta.
São profissionais éticos e competentes, amigos leais, pais zelosos na educação dos filhos, políticos honestos, religiosos fiéis aos ensinos que ministram.
São, enfim, pessoas especiais, descomplicadas, de atitudes simples, mas coerentes e, acima de tudo,
fiéis consigo mesmas.
........................
A pessoa que vive de aparências ou finge ser quem não é corre sérios riscos de entrar em depressão.
Isso é perfeitamente compreensível, graças à batalha que trava consigo mesma e o desgaste para manter uma realidade falsa.
Se é fácil enganar os outros, é impossível enganar a própria consciência.
Por todas essas razões, vale a pena ser quem se é, ainda que isso não agrade os outros.
Afinal, não é aos outros que prestaremos contas das nossas ações, e sim à nossa consciência.
Um copo de leite
Decidiu que pediria comida na próxima casa em que batesse. Porém, quando uma encantadora mulher jovem lhe abriu a porta, seus nervos o traíram.
Em vez de comida, ele só teve coragem
para pedir um copo de água.
A jovem descobriu nele um rapaz faminto e, em vez de água,
lhe deu um grande copo de leite.
Ele bebeu devagar. Depois, receoso, perguntou:
Quanto lhe devo?
Não me deve nada, respondeu ela. Minha mãe sempre nos ensinou a nunca aceitar pagamento por uma oferta caridosa.
Ele disse: "pois eu te agradeço de todo coração."
Quando Howard Kelly saiu daquela casa, não só se sentiu mais forte fisicamente, mas também sua fé em Deus e nos homens ficou mais forte. Antes, ele estava resignado a se render e deixar tudo. Agora, estava disposto a prosseguir na luta até a conquista do que idealizara para a sua vida.
Anos depois, essa jovem mulher ficou gravemente doente. Os médicos locais estavam confusos quanto ao correto diagnóstico e conseqüente tratamento. Finalmente, a enviaram para a cidade grande, onde chamaram um especialista para analisar sua rara enfermidade. O especialista não era outro senão
o Dr. Howard Kelly.
Quando lhe apresentaram a ficha da enferma e ele soube do nome do povoado de onde ela viera, uma estranha luz encheu os seus olhos. Imediatamente, vestido com a sua bata de doutor, foi ver a paciente.
Reconheceu imediatamente aquela mulher. Determinou-se a fazer o melhor para salvar aquela vida. Passou a dedicar especial atenção para aquela paciente.
Depois de uma demorada luta pela vida da doente, ele ganhou a batalha. Quando ela se preparava para ter alta, o Dr. Kelly pediu para a administração do hospital que lhe deixasse ver a fatura total dos gastos, a fim de que a pudesse aprovar.
Ele a conferiu, item por item, depois escreveu alguma coisa e mandou entregá-la no quarto da paciente.
Ela tinha medo de abrir a fatura, porque sabia que levaria o resto da sua vida para pagar todos os gastos. No entanto, quando se decidiu a abrir o envelope, algo lhe chamou a atenção. Em letras caprichadas, mas firmes, havia uma anotação:
Pago totalmente, faz muitos anos, com um copo de leite. Assinado: Dr. Howard Kelly.
E lágrimas de intensa alegria correram dos olhos daquela mulher, que se lembrou de orar nos seguintes termos:
Graças, meu Deus, porque teu amor se manifestou
nas mãos e nos corações humanos.
........................
Imensa é a generosidade dos corações que se manifesta das mais variadas formas. Basta um pequeno toque, um pequeno pedido, e eis a generosidade se transformando em alimento, agasalho, abrigo, acolhida, companhia.
E porque a generosidade espanca a miséria, transformando patrimônio em lares, pedras em pães, horas preciosas em alfabetização, a esperança prossegue luzindo nas almas, conduzindo-nos a um mundo de paz, onde todos nos daremos
as mãos, na qualidade de irmãos.
A formiga
Caixinha de Beijos
Certo dia um homem chegou em casa e ficou muito irritado com sua filha de três anos. Ela havia apanhado um rolo de papel de presente dourado e literalmente desperdiçado fazendo um embrulho. Porque o dinheiro andasse curto e o papel fosse muito caro, ele não poupou recriminações para a garotinha, que ficou triste e chorou. Naquela mesma noite, o pai descobriu num canto da sala, no local onde a família colocara os presentes para serem distribuídos no dia de natal, um embrulho dourado não muito bem feito. Na manhã seguinte, logo que despertou, a menininha correu para ele com o embrulho nas mãos, abraçou forte o seu pescoço, encheu seu rosto de beijos e lhe entregou o presente. Isto é pra você, paizinho! Foi o que ela disse. Ele se sentiu muito envergonhado com sua furiosa reação do dia anterior. Mas, logo que abriu o embrulho, voltou a explodir. Era uma caixinha vazia. Gritou para a filha: você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro da caixa? A criança olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas e disse: Mas, papai, a caixinha não está vazia. Eu soprei muitos beijos dentro dela. Todos para você, papai. O pai quase morreu de vergonha. Abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse. Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos. Sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali. De uma forma simples cada um de nós, humanos, temos recebido uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional de nossos pais, de nossos filhos, de nossos irmãos e amigos. Entretanto, nem sempre nos damos conta. Estamos tão preocupados com o ter, com valores do mundo, que as coisas pequenas não são percebidas por nós. Assim, a esposa não valoriza o ramalhete de flores do campo que o marido lhe enviou, no dia do aniversário. É que ela esperava ganhar uma valiosa jóia e não aquela insignificância. O marido nem agradece o fato da esposa, no dia em que comemoram mais um ano de casados, esperá-lo com um jantar simples, a dois, em casa. Ele estava esperando uma comemoração em grande estilo, ruidosa, cercado de amigos e muitos comes e bebes. Os pais não dão importância para aquele cartão meio amassado que os pequenos trazem da escola, pintado com as mãos de quem apenas ensaia a arte de dominar as tintas e os pincéis nas mãos pequeninas. Eles estão mais envolvidos com as contas que a escola está cobrando e acreditam que pelo tanto que lhes custa a mensalidade escolar, os professores deveriam ter lhes enviado um presente de valor. É, muitos de nós não encontramos os beijos na caixinha dourada. Só vemos a caixinha vazia. ..................... O amor é feito de pequeninas coisas. Não exige fortunas para se manifestar. Por vezes, é um ato de renúncia, como a daquele homem que no dia de natal, em plena guerra, conseguiu apenas uma laranja para a ceia dele e da esposa. Então a descascou, colocou em um prato, criando uma careta com os gomos bem dispostos e entregou para a esposa, com um beijo e um pedaço de papel escrito: feliz natal! E ficou observando-a comer, com vagar, feliz por ver os olhos dela brilharem e ela se deliciar com a fruta tão rara naqueles dias, naquele local. |
O novo sonho
Verdadeiro conhecimento
Rafi finalmente fora escolhido por seu mestre para aprender os grandes ensinamentos. Não podia conter-se de tanta alegria. Havia lutado tanto, por tantas vidas, para chegar a este momento... e agora, podia ver o mestre, esperando-o para irem às montanhas sagradas e lá encontrarem-se com outros mestres e conhecer a verdade que rege todas as coisas, sentir Deus...
Os dias se passaram e Rafi aprendeu muito sobre o céu e a terra, e estava em êxtase.... sentia ser o próprio amor, a própria luz. Estava embriagado de vida e alegria.
Após o encontro terminar, Rafi voltou com seu mestre para o mosteiro e os dias se passaram sem que o mestre ouvisse a voz de Rafi que estava muito silencioso, não falava com ninguém. Suas gargalhadas desapareceram do mosteiro e sua presença era misteriosa, cheia de desconfiança.
Um dia o mestre o chamou para uma conversa:
- Rafi vejo que silenciaste completamente e trazes um olhar desconfiado para com teus irmãos neste mosteiro. O que está acontecendo contigo?
Rafi olhou surpreso para seu mestre e lhe respondeu:
- Mestre, estou cuidando daquilo que aprendi. Sinto que devo proteger esta nova luz que habita em meu ser para não sofrer ameaças vindas de outras pessoas ou do meu próprio ego.... sinto medo de perder tudo que aprendi nas montanhas. Por isso, silencio e neste silêncio, sem falar com ninguém, sinto estar mais seguro.
O mestre conhecendo tão bem seu discípulo, disse:
- Esta bem Rafi, que assim seja.
E quando Rafi estava saindo dos aposentos de seu mestre, pode ver em cima da escrivaninha um livro dourado, muito antigo. Parecia muito especial e perguntou:
- Mestre, quais os assuntos que este livro aborda? Parece ser muito especial...
O Mestre que já previa o acontecimento disse:
- Rafi, este livro é um livro sagrado, foi presenteado pelos mestres superiores, os mesmos das montanhas que há pouco visitamos. Neste livro estão as grandes revelações e servem de belas ferramentas para que possamos lapidar cada vez mais nossa consciência e trazer mais luz ao que ainda se faz obscuro.
- Mestre, por que não me falou antes sobre este livro? Quando poderei lê-lo?
Cheio de sabedoria o Mestre respondeu:
- Poderás lê-lo meu caro Rafi, mas só quando aprenderes a compartilhar o teu amor com os teus irmãos. De nada vale o conhecimento sem que este possa servir ao teu próximo. Se aprendes e compartilhas, o que aprendes se fará cada vez mais forte e presente em teu ser. Mas, se aprendes e guardas só para ti por medo e falta de confiança, estes corroerão tudo que aprendeste, restando para ti apenas a solidão e o gosto amargo do egoísmo.
E prosseguiu:
- Aprende Rafi, o que é, o que foi estabelecido por Deus, sempre será, não podendo sofrer ameaças de nenhuma espécie, pois se ao contrário, Deus seria vulnerável às forças da escuridão. O que é de Deus não sofre danos, eis que está totalmente protegido dentro das leis que Ele próprio criou. ESTE É O VERDADEIRO CONHECIMENTO. Não temas, dá aos teus o que gostarias de dar a ti próprio. Esta é a lei onde todos os ensinamentos estão abertos. Se ocultares não expandirás. .
E concluiu:
- Crescer é compartilhar. Amar é dar amor. Ter paz é dar a paz. Para conhecer Deus é necessário ser como Deus, completamente entregue às Leis da Integração... agora vai e só voltes quando te sentires pronto para ler este livro!!
Aprendi
A curiosidade fez com que a tomasse para ler o que estava escrito. Era uma bela mensagem que alguém havia escrito.
O título era interessante e curioso: aprendi...
Dizia o mais ou menos o seguinte:
Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.
Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.
Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.
Que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.
Eu aprendi... Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.
Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.
Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.
Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.
Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.
Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.
Aprendi que perdoar exige muita prática.
Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.
Aprendi... Que nos momentos mais difíceis a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.
Aprendi que posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.
Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.
Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso.
Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.
Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.
Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto.
Aprendi que numa briga eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver.
Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.
Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.
Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.
Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.
Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.
E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.
A mensagem é significativa, e sua autoria é atribuída a William Shakespeare.
Eu poderia simplesmente ler e guardá-la na memória, mas preferi dividi-la com você.
Porque uma coisa eu também aprendi: o que é bom deve ser compartilhado.
Céu e Inferno
Conta-se que um dia um samurai, grande e forte, conhecido pela sua índole violenta, foi procurar um sábio monge em busca de respostas para suas dúvidas. - Monge, disse o samurai com desejo sincero de aprender, ensina-me sobre o céu e o inferno. O monge, de pequena estatura e muito franzino, olhou para o bravo guerreiro e, simulando desprezo, lhe disse: - Eu não poderia ensinar-lhe coisa alguma, você está imundo. Seu mau cheiro é insuportável. - Ademais, a lâmina da sua espada está enferrujada. Você é uma vergonha para a sua classe. O samurai ficou enfurecido. O sangue lhe subiu ao rosto e ele não conseguiu dizer nenhuma palavra, tamanha era sua raiva. Empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabeça e se preparou para decapitar o monge. - "Aí começa o inferno", disse-lhe o sábio mansamente. O samurai ficou imóvel. A sabedoria daquele pequeno homem o impressionara. Afinal, arriscou a própria vida para lhe ensinar sobre o inferno. O bravo guerreiro abaixou lentamente a espada e agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento. O velho sábio continuou em silencio. Passado algum tempo o samurai, já com a intimidade pacificada, pediu humildemente ao monge que lhe perdoasse o gesto infeliz. Percebendo que seu pedido era sincero, o monge lhe falou: - "Aí começa o céu". Para nós, resta a importante lição sobre o céu e o inferno que podemos construir na própria intimidade. Tanto o céu quanto o inferno, são estados de alma que nós próprios elegemos no nosso dia-a-dia. A cada instante somos convidados a tomar decisões que definirão o início do céu ou o começo do inferno. É como se todos fôssemos portadores de uma caixa invisível, onde houvesse ferramentas e materiais de primeiros socorros. Diante de uma situação inesperada, podemos abri-la e lançar mão de qualquer objeto do seu interior. Assim, quando alguém nos ofende, podemos erguer o martelo da ira ou usar o bálsamo da tolerância. Visitados pela calúnia, podemos usar o machado do revide ou a gaze da autoconfiança. Quando injúria bater em nossa porta, podemos usar o aguilhão da vingança ou o óleo do perdão. Diante da enfermidade inesperada, podemos lançar mão do ácido dissolvente da revolta ou empunhar o escudo da confiança. Ante a partida de um ente caro, nos braços da morte inevitável, podemos optar pelo punhal do desespero ou pela chave da resignação. Enfim, surpreendidos pelas mais diversas e infelizes situações, poderemos sempre optar por abrir abismos de incompreensão ou estender a ponte do diálogo que nos possibilite uma solução feliz. A decisão depende sempre de nós mesmos. Somente da nossa vontade dependerá o nosso estado íntimo. Portanto, criar céus ou infernos portas à dentro da nossa alma, é algo que ninguém poderá fazer por nós. Pense nisso! Sua vontade é soberana. Sua intimidade é um santuário do qual só você possui a chave. Preservá-la das investidas das sombras e abri-la para que o sol possa iluminá-la só depende de você. |
Chance
Comece o seu dia sorrindo para você.
Sorria e contagie-se com a alegria de amar a si mesmo.
Ame-se, como o Pai o amou desde o instante
em que você foi gerado.
A vida só poderá ofertar o seu melhor
para quem o melhor se oferta.
Dê a você as oportunidades de entendimento e de perdão.
Aprenda com seus erros e não faça deles
a sentença da sua derrota.
Viva a plenitude de cada momento de paz
e aprenda a se propiciar voluntariamente esses momentos.
Deles dependerá o seu equilíbrio.
E, equilibrado,
seus vôos para esferas grandiosas serão intermináveis.
Tudo isso é possível.
Tudo isso lhe pertence.
Basta apenas que você se dê essa chance.
A necessidade do esforço
Conta-se que, no princípio da vida, o alimento das criaturas era encontrado como oferta da Divina Providência, em toda parte. |
A Carpa
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Minha Caminhada
Sei que na minha caminhada tem um destino e uma direção, por isso devo medir meus passos, prestar atenção no que faço e no que fazem os que por mim também passam ou pelos quais passo eu... Que eu não me iluda com o ânimo e o vigor dos primeiros trechos, porque chegará o dia em que os pés não terão tanta força e se ferirão no caminho e se cansarão mais cedo... Todavia, quando o cansaço houver, que eu não me desespere e acredite que ainda terei forças para continuar, principalmente quando houver quem me auxilie... É oportuno que, em meus sorrisos, eu me lembre de que existem os que choram, que, assim, meu riso não ofenda a mágoa dos que sofrem: por outro lado, quando chegar a minha vez de chorar, que eu não me deixe dominar pela desesperança, mas que eu entenda o sentido do sofrimento, que me nivela, que me iguala, que torna todos os homens iguais... Quando eu tiver tudo, farnel e coragem, água no cantil, e ânimo no coração, bota nos pés e chapéu na cabeça, e, assim, não temer o vento e o frio, a chuva e o tempo. Que eu não me considere melhor do que aqueles que ficarão atrás, porque pode vir o dia em que nada terei mais para minha jornada e aqueles, que ultrapassei na caminhada, me alcançarão e também poderão fazer como eu fiz e nada de fato fazer por mim, que ficarei no caminho sem concluí-lo... Quando o dia brilhar, que eu tenha vontade de ver a noite em que a caminhada será mais fácil e mais amena; quando for noite, porém e a escuridão tornar mais difícil a chegada, que eu saiba esperar o dia como aurora, o calor como bênção... Que eu perceba que a caminhada sozinho pode ser mais rápida, mas muito mais vazia...Quando eu tiver sede, que encontre a fonte no caminho, quando eu me perder, que ache a indicação, a seta, a direção... Que eu não siga os que desviam, mas que ninguém se desvie seguindo os meus passos...Que a pressa em chegar não me afaste da alegria de ver as flores simples que estão a beira da estrada, que eu não perturbe a caminhada de ninguém, que eu entenda que seguir faz bem, mas que, às vezes, é preciso ter-se a bravura de voltar atrás e recomeçar e tomar outra direção... Que eu não caminhe sem rumo, que eu não me perca nas encruzilhadas, mas que eu não tema os que assaltam-me, os que embuçam, mas que eu vá onde devo ir e, se eu cair no meio do caminho, que fique a lembrança de minha queda para impedir que outros caiam no mesmo abismo... Que eu chegue, sim, mas, ainda mais importante, que eu faça chegar quem me perguntar, quem me pedir conselho, e acima de tudo, me seguir, confiando em mim! |
Primeiramente
Primeiramente, pensa na felicidade daqueles que te rodeiam, aprendendo a exercitar-te nas pequeninas renúncias de cada dia, a fim de que a tua felicidade lance raízes inextirpáveis no solo do bem eterno.
Primeiramente, desculpa nos companheiros de caminhada todos os erros com que te feriram a própria alma, para que sejas tolerado no dia de tua vacilação ou de tua queda, de modo a te reergueres com segurança.
Primeiramente, cultiva a bondade que sabe ver nas cicatrizes do próximo sinais de experiência e flagelação sem o azedume dos que se especializam na posição de contumazes inquisidores, e as tuas mazelas e sofrimentos irradiarão apelos ao concurso fraterno, grangeando-te a bênção da simpatia.
Primeiramente, ama e compreende,
auxilia e perdoa para que sejas auxiliado e entendido sempre.
Primeiramente, acendamos a luz em nós e descobriremos sem dificuldade a luz que brilha nos outros.
Procedendo assim, estaremos também buscando primeiramente o Reino de Deus, nos mínimos atos de nossa vida, sem necessidade de muitas súplicas, na Terra, porque, então, todas as bênçãos do Céu
ser-nos-ão acrescentadas.
Glorificando
O professor contou, em aula, que, no princípio da vida na Terra, quando os minerais, as plantas e os animais souberam que era necessário santificar o nome de Deus, houve da parte de quase todos um grande movimento de atenção. Certas pedras começaram a produzir diamantes e outras revelaram ouro e gemas preciosas. As árvores mais nobres começaram a dar frutos. O algodoeiro inventou alvos fios para a vestimenta do homem. A roseira cobriu-se de flores. A grama, como não conseguia crescer, alastrou-se pelo chão, enfeitando a Terra. A vaca passou a fornecer leite. A galinha, para a alegria de todos, começou a oferecer ovos. O carneiro iniciou a criação de lã. A abelha passou a fazer mel. E até o bicho-da-seda, que parece tão feio, para santificar o nome de Deus fabricou fios lindos, com os quais possuímos um dos mais valiosos tecidos Nesse ponto da lição, como o instrutor fizera uma pausa, Pedrinho perguntou: - Professor, e que fazem os homens para isso? O orientador da escola pensou um pouco respondeu: Nem todos os homens aprendem rapidamente as lições da vida, mas aqueles que procuram a verdade sabem que a nossa Inteligência deve glorificar a Eterna Sabedoria, cultivando o bem e fugindo ao mal. As pessoas que se consagram às tarefas da fraternidade, compreendendo os semelhantes e auxiliando a todos, são as almas acordadas para a luz e que louvam realmente E, concluindo, afirmou: O Senhor deseja a felicidade de todos e, por isso, todos aqueles que colaboram pelo bem-estar dos outros são os que santificam na Terra a sua Divina Bondade. |
Cânticos de Louvor
Quando a vida começava no mundo, os pássaros sofriam bastante. |
Outra Janela
A Aranha
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Vendedor de Balões
Era uma vez um velho homem que vendia balões numa quermesse.
Evidentemente, o homem era um bom vendedor,
pois deixou um balão vermelho soltar-se e elevar-se nos ares,
atraindo, desse modo, uma multidão de jovens compradores de balões.
Havia ali perto um menino negro.
Estava observando o vendedor e, é claro apreciando os balões.
Depois de ter soltado o balão vermelho, o homem soltou um azul,
depois um amarelo e finalmente um branco.
Todos foram subindo até sumirem de vista.
O menino, de olhar atento, seguia a cada um.
Ficava imaginando mil coisas...
Uma coisa o aborrecia, o homem não soltava o balão preto.
Então aproximou-se do vendedor e lhe perguntou:
-- Moço, se o senhor soltasse o balão preto,
ele subiria tanto quanto os outros?
O vendedor de balões sorriu compreensivamente para o menino,
arrebentou a linha que prendia o balão preto
e enquanto ele se elevava nos ares disse:
-- Não é a cor, filho, é o que está dentro dele que o faz subir.
(Extraído do livro O ENIGMA DO ILUMINADO, de Anthony de Mello.)
Nada é impossível
Era uma tarde de outono. Em meio ao burburinho do cotidiano, uma jovem buscava organizar seus pensamentos para então tranqüilizar a mente e conseguir trabalhar. Mas era tão difícil. Por mais que buscasse organizar suas idéias, em poucos instantes seu pensamento vagava entre lembranças e aflições. Desconcentrava-se e afligia-se. Sentia vontade de sair correndo para longe. No entanto, sabia que seu desconforto nada tinha a ver com seu trabalho. Além disso, não seria um lugar qualquer que lhe devolveria a serenidade perdida. Era nisso que pensava quando olhou pela janela. Nuvens espessas e escuras escondiam o sol. As montanhas próximas pareciam ter sido engolidas por densa névoa. A luminosidade do dia dava lugar à certeza da tempestade que não tardaria a cair. Sentiu seu coração ainda mais pesado. Era como se o seu estado de espírito estivesse representado pelo cenário emoldurado na janela. Quando as primeiras gotas da chuva começaram a escorrer pela vidraça ela sentiu-se mais infeliz. O desejo de chorar só foi contido pela presença dos colegas de trabalho, alheios à sua dor. Baixou novamente os olhos na tentativa de retomar o trabalho quando encontrou, entre seus pertences, um papelzinho impresso. Era uma dessas curtas mensagens que se acham dentro dos chamados "biscoitinhos da sorte". Era singelo, mas preciso: "depois da tempestade vem a bonança." Reencontrar, naquele momento, quando a chuva caía pesada, o bilhetinho que recebera por acaso dias antes, parecia-lhe mais do que uma simples coincidência. Afinal, sentia-se em meio a uma tempestade. Problemas sérios invadiam sua vida. Era como se uma enxurrada estivesse arrastando para longe dela sua paz e sua felicidade. Olhou novamente para o pequeno papel e o releu. No instante seguinte, olhou para fora. Pensou:"para Deus nada é impossível." Cobriu o rosto com as mãos e fez uma breve, mas sincera prece, rogando ao Pai força e coragem para prosseguir. Sentiu-se mais leve e acabou sendo envolvida, sutilmente, pelo trabalho. O telefone tocou, pessoas a chamaram para resolver questões profissionais, e assim foi. Sem que percebesse, seus problemas pessoais cederam lugar à concentração no trabalho que ha pouco lhe faltava. Os minutos foram seguidos pelas horas. Quando, no final da tarde, ela voltou seus olhos para fora não pôde conter o espanto. A chuva havia parado e o cenário era muito diferente: o céu, banhado por intensa luz do sol, não tinha nuvens. As montanhas, antes ocultas pela neblina, agora tinham seus contornos bem definidos. Naquele momento, uma colega aproximou-se e disse-lhe: "quem diria, não? Depois da chuva que caiu no começo da tarde, um final de dia ensolarado como esse!" E completou, sorrindo: "para Deus nada é impossível!" A jovem sorriu, sentindo o ânimo renovado, e pensou: "realmente, para Deus tudo é possível." |